DHA- CÂNCER DE PÂNCREAS



O DHA é uma forma de ômega 3 presente no óleo de peixe e em algumas algas, na forma de suplemento já é conhecido de alguns e amplamente utilizado na gestação e amamentação para melhora da cognição do bebê e auxiliando na plasticidade neuronal, mas seu uso também tem despertado interesse como estratégia preventiva em inúmeras outras doenças.

Esse ano uma minirevisão sobre DHA e câncer de pâncreas foi publicada no Journal of Cancer Research e demonstrando inúmeros estudos sobre os efeitos do DHA tanto in vitro como in vivo no câncer de pâncreas. Os estudos demostraram que o DHA impediu as células de câncer de obter requisitos metabólicos para proliferação,  além de induziu a apoptose (morte das células) através da acumulação de espécies reativas de oxigênio e ativação da vias das  caspases, regulou a via Wnt/ B catenina e suprimiu a expressão de fatores de crescimento pró-angiogênicos, como VEGF e PDGF.
O estudo conclui que  a suplementação ou maior consumo de alimentos ricos em DHA pode prevenir o desenvolvimento de câncer pancreático e sugeriu mais estudos clínicos de longo prazo.

Embora essas informações sejam muito promissoras, ainda não é possível afirmar que o DHA (é um tipo de ômega 3) do óleo de peixe possa desenvolver esses efeitos e nem qual a quantidade que devemos usar para obter os resultados, ainda são necessários mais estudos para essas conclusões. No entanto, essa revisão fomenta uma excelente discussão acerca de uma abordagem nutricional mais assertiva aos pacientes com câncer de pâncreas, considerando que o câncer de pâncreas é um câncer que ainda apresenta um difícil tratamento, mesmo com avanços em várias estratégias terapêuticas. A partir desse panorama encontrar estratégias preventivas para o câncer de pâncreas é sem dúvida uma excelente opção.

Estudos anteriores como estudo de coorte publicado na Nutrition Cancer (2012) já havia demonstrado uma maior sobrevivência a longo prazo nos pacientes com maiores níveis plasmáticos de EPA e DHA (ambos presentes no peixe – óleo de peixes). Em seguida um estudo de coorte prospectivo publicado na American Journal Epimiology (2013), os autores encontraram que o DHA possuía uma maior associação inversa do que o EPA em câncer de pâncreas, demonstrando ter efeitos mais promissores.   

Os achados citados nos despertam para a necessidade de uma avaliação mais apurada do equilíbrio no consumo alimentar de DHA em pacientes com histórico familiar de câncer de pâncreas ou mesmo para os que receberam o diagnóstico e adequar esse consumo seja de forma alimentar ou complementar (com suplemento) além de todos os outros parâmetros necessários para uma dieta preventiva.


Park M, KimAnti H. Cancer Mechanism of Docosahexaenoic Acid in Pancreatic Carcinogenesis: A Mini-review J Cancer Prev 2017;22.

Macášek J, et al. Plasma fatty acid composition in patients with pancreatic cancer: correlations to clinical parameters. Nutr Cancer 2012;64: 946-55.

He K, et al. Types of fish consumed and fish preparation methods in relation to pancreatic cancer incidence: the VITAL Cohort Study. Am J Epidemiol 2013;177:152-60

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