Avanços da nutrição para pessoas em tratamento do câncer.
Como o
novo olhar científico da nutrição pode auxiliar o paciente com câncer?
Décadas atrás acreditava-se que a alimentação
durante o tratamento do paciente com câncer tinha apenas o objetivo de evitar
grandes perdas de peso e amenizar os efeitos gastrointestinais causados pelo
uso de fortes medicamentos.
Nos últimos anos houve uma evolução e consolidação
da NUTRIÇÃO como um vasto campo científico, a NUTRIÇÃO passou a ser enxergada
sobre a ótica fisiológica em que o objetivo de nos alimentarmos
é fazer com que o nutriente chegue até as nossas células! Refletir sobre essa
frase é o primeiro passo para que possamos enxergar a grandiosidade da NUTRIÇÃO
e como ela pode atuar diretamente nos resultados do tratamento do paciente com
câncer.
Os alimentos (ou substâncias ativas presentes nos
alimentos) começaram a ser usados como importantes moduladores da expressão
genética, da resposta imunológica, e influenciadores diretos da atuação
de medicamentos no organismo e da rota bioquímica de sobrevivência
celular.
Os compostos bioativos de muitos alimentos são
considerados nutracêuticos, ou seja, exercem não somente a função de PREVENÇÃO
(que em câncer chamamos de quimioprevenção), mas também a função de atuar
semelhante a um fármaco gerando a MORTE da célula TUMORAL e, curiosamente,
atuam de forma complementar, PROTEGENDO as células NORMAIS.
Nesse sentido componentes ativos e nutrientes
podem ser utilizados COMBINADOS ao tratamento quimioterápico com o intuito de
promoverem a sensibilização das CÉLULAS DE TUMOR ao MEDICAMENTO e proteger as
CÉLULAS SAUDÁVEIS.
Diante desse cenário, o campo da nutrição avança. Embora as pesquisas busquem por doses suficientes para transformar esses componentes alimentares, em nutracêuticos capazes de alterar abruptamente o padrão da expressão gênica ou levar a morte (apoptose) da célula tumoral, certamente, não podemos nos abstrair do conhecimento de que doses nutricionais (aquelas que conseguimos através da alimentação) são capazes de orquestrar diariamente alterações constantes no nosso padrão de expressão gênica e modular a resposta do paciente em tratamento oncológico.
Considerando que as substâncias ativas presentes
no alimento são rapidamente metabolizadas e eliminadas do organismo, cabe ao
nutricionista especializado, orientar
seu paciente quanto a melhor forma de preparo do alimento para aumentar a
disponibilidade dos componentes bioativos, além disso, direcionar qual a
frequência de consumo e quais alimentos devem ser combinados para que a
SINERGIA entre os componentes, aumentem seu potencial e tempo de ação (meia
vida) no organismo.
O tipo de quimioterápico usado no tratamento e
seu metabolismo de absorção e excreção direcionam os alimentos que serão mais
ou menos recomendados. Pois ALIMENTOS podem interagir POTENCIALIZANDO, MODULANDO
ou até REDUZINDO O EFEITO DA QUIMIOTERAPIA.
Outro importante fator para direcionar o
tratamento nutricional é o SUBTIPO do tumor que dá informações diretas sobre o COMPORTAMENTO TUMORAL, ou seja, quais
estímulos são utilizados pela célula tumoral para seu CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO e, considerando que, nutrientes também geram estímulos
celulares, a intervenção nutricional deve priorizar nutrientes que gerem estímulos
CONTRA REGULADORES.
A nutrição oncológica pode e deve usar do
conhecimento científico bem embasado como forte estratégia complementar para os
resultados do tratamento médico. O número de pesquisas com metodologias
validadas permite intervenções nutricionais que vão muito além do controle de
peso e que promovam resultados mais efetivos, procure um profissional
habilitado!
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