GLUTEN FREE: MODISMO OU NECESSIDADE?
Você tem dúvidas sobre glúten? Quer entender porque o glúten (presente no trigo, cevada, centeio, aveia e malte) tem sido tão comentado nos últimos tempos?
Décadas atrás a única condição que levava a eliminação do glúten da dieta era a doença celíaca, uma desordem imune que afeta o intestino e é caracterizada por déficit de crescimento, sintomas gastrointestinais, perda de peso e anemia. No entanto, nos últimos anos cresce cada vez mais as evidências da relação da ingestão de glúten com inúmeras doenças, a partir disso uma nova condição denominada sensibilidade ao glúten que ocorre na ausência da doença celíaca vem sendo estudada.
É importante frisar que a sensibilidade ao glúten ocorre com sorologia negativa para doença celíaca (anticorpos antiendomísio e antitransglutaminase tecidual) e na ausência de achados histopatológicos de doença celíaca na biópsia intestinal.
Essa sensibilidade ao glúten é correlacionada com uma série doenças com sintomas em diferentes órgãos, mas os mecanismos pelos quais isso ocorre ainda não foram completamente elucidados. Evidências emergentes reconhecidas na comunidade científica demostram que a sensibilidade ocorre devido a uma baixa tolerância induzida por tóxicos (conhecida pela sigla TILT, em inglês).
O processo se inicia da seguinte forma, devido a uma exposição tóxica primária (a toxinas ambientais que geram bioacumulação) o sistema imunológico é ativado, essa ativação gera uma baixa tolerância a determinadas substâncias tais, como: antígenos químicos, inalantes ambientais e ou alimentos comumente utilizados na rotina do indivíduo em questão, como o glúten.
A presença do glúten na alimentação contemporânea é tão alta quanto a presença do leite e seus derivados (queijos, iogurtes, cremes e preparações). Essa exposição repetitiva do nosso organismo aos alimentos, vem sendo cientificamente considerada um potencial gatilho desencadeador de doenças, que no caso do glúten é associado a manifestação de: parkinson, colite ulcerativa, autismo, asma, enxaqueca, desordens neuropsiquiátricas, entre outras.
Considerando que na sensibilidade ao glúten os exames diagnósticos apresentam resultados negativos, a identificação dessa condição se torna difícil na prática clínica, no entanto a boa notícia é que em alguns casos, uma vez identificada, a sensibilidade poderá ser evitada e reversível, desde que haja um processo de desensibilização.
Como vocês podem ver a aplicação da dieta sem glúten é muito mais ampla do que o enfoque feito pela mídia e é preciso ressaltar que o glúten não é o único potencial gatilho alimentar desencadeador de doenças. A grande questão atual em torno da dieta sem glúten é que criou-se uma euforia em relação ao seu efeito de emagrecimento, uma vez que há evidências científicas que a dieta sem glúten pode levar a um menor acúmulo de tecido adiposo, no entanto, cabe destacar que o emagrecimento (ou melhor, o equilíbrio de peso), ocorre de forma secundária, devido a modulação imunológica combinada a introdução de uma dieta equilibrada.
Por isso, a dieta sem glúten deve ser feita a partir de uma avaliação individualizada e criteriosa, que identifique a real necessidade de retirar totalmente um determinado componente (neste caso estamos falando de glúten, mas poderia ser outro) e garanta uma substituição estruturada e equilibrada com escolhas nutricionais superiores ou equivalentes.
Afinal retirar o glúten da dieta para substituir por refeições carregadas de carboidratos simples, como farinhas refinadas e açúcar ou aumentar a exposição a corantes e substâncias artificiais, só resultará numa maior bioacumulação de toxinas deixando seu organismo mais susceptível a novas sensibilizações.
Afinal retirar o glúten da dieta para substituir por refeições carregadas de carboidratos simples, como farinhas refinadas e açúcar ou aumentar a exposição a corantes e substâncias artificiais, só resultará numa maior bioacumulação de toxinas deixando seu organismo mais susceptível a novas sensibilizações.
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