Somos o que comemos e o que os nossos pais comeram!


Boa Tarde!

Embora eu sempre diga essa frase que intitula o post de hoje, ela não é minha e sim dos autores de um estudo publicado em 2011, num impresso da Universidade de Cambrigde. Veja aqui!

Essa hipótese científica tem ganhado força atualmente pelas evidências da capacidade do alimento e compostos bioativos presentes em alimentos de alterarem a expressão gênica.

Isso torna esse tema absolutamente fascinante, já que como nutricionista, eu gosto sempre de lembrar que através das nossas escolhas alimentares nos tornamos responsáveis pelo direcionamento da nossa saúde.

Ok, mas vocês devem estar pensando o que nossos pais tem a ver com isso?
Bom, relembrando as aulas de biologia, temos 50% dos cromossomos de cada um deles, correto? Por isso, as alterações na expressão gênica que geramos a partir da nossa exposição a vários fatores externos (como: cigarro, álcool, alimentos, etc) podem ser repassadas por até 3 gerações, ou seja, suas atitudes podem gerar consequências até para o seu neto!

Existem 4 grandes momentos onde a intervenção nutricional poderia "melhorar" a expressão gênica, vamos entender isso de maneira bem didática?



Momento 1: Nossos pais. Herdamos alterações da expressão gênica que nossos ancestrais adquiriram pela exposição que tiveram a fatores externos (aqueles já citados). E por isso, nesse momento, herdamos tanto do pai, quanto da mãe.



Momento 2: A gestação. Sabidamente existem nutrientes fundamentais, que se forem garantidos em quantidades ótimas durante essa fase da vida intra-uterina, promoverão proteção extra no decorrer da existência desse novo ser.

Especificamente nutrientes, como: betaína, colina, metionina, riboflavina, b6, b9, b12 e seus cofatores, conhecidos pelo seu papel no metabolismo de 1 carbono. São nutrientes essenciais para silenciar o nosso DNA. Obviamente, que há também outros nutrientes com diferentes funções que também demonstram fundamental importância.
 
 
 
Momento 3: Amamentação. Estudos iniciais em mamíferos já começam a demonstrar que durante a amamentação pode ocorrer metilação (silenciamento do DNA) no hipotálamo. Ou seja, o leite materno seria capaz de alterar genes potencialmente relacionados com apetite, fome, gasto energético. Embora ainda haja escasses de estudos nessa área, e portanto, eu não posso afirmar com exatidão, mas certamente posso vislumbrar que os genes do hipotálamo não são os únicos afetados.  




Momento 4: O hábito da vida. Sabemos que dependerá muito do hábito da família, da forma que essa criança será apresentada aos alimentos após a amamentação e também, que seus pais assumão o papel de educadores alimentares dessa criança.

Qual o papel do (a) nutricionista nessas novas descobertas?
 
 
O (a) nutricionista do ponto de vista científico, tem um papel importante de ser uma "ponte" um "elo" que liga os avanços alcançados pela área básica: biologia molecular, genética e o conhecimento da medicina aplicada, ou seja, ela pode fazer o intermédio dessas áreas, direcionando a pesquisa para a nutrição.  
 
No consultório o (a) nutricionista também avança com seu campo de atuação e quem ganha com isso são seus pacientes! 
 
Além de avaliar a adequação da dieta nessas diferentes fases da vida, a nutricionista atua solicitando exames que dosam concentrações e estoques de nutrientes, através de um conhecimento mais aprofundado sabe inclusive, onde determinados nutrientes devem ser dosados para obter uma resposta mais fiel, como: eritrócitos, plasma, cabelo, unhas. Ou mesmo, sabe interpretar resultados de acordo com cada uma dessas particularidades.
 
Consequentemente, começa a desvendar melhor a real necessidade de suplementações e como utilizá-las de maneira mais otimizada e personalizada, pelo menor período possível, porque afinal de contas é no alimento que os nutrientes se encontram em maior sinergia!
 
 
 
Vale dizer que tudo isso só ocorre graças a ciência e aos pesquisadores que dedicam suas vidas a fazer novas descobertas! Além de claro, todos os outros profissionais que engradecem nossa atuação, como: médicos, biólogos, biomédicos, farmacêuticos.... a lista é grande! 
 
O nosso papel enquanto profissional é se atualizar muito, desenvolver senso crítico para que possamos adquirir condutas respaldadas em evidências científicas sólidas e transformando tudo isso em receitas que estarão em sua mesa e farão parte de sua vida!
 
Bom é isso ai gente! No final, tudo vira comida de novo, comida de verdade, gostosa, cheia de ingredientes naturais  e sabor!
 
Então, se vocês estão "grávidos" ou pretendem engravidar, saibam que grande parte de tudo o que desejam aos seus filhos pode ser resolvido com bons hábitos alimentares! Inclusive se essa mudança de hábitos for inicada antes da gestação, depois será fácil transmití-la como exemplo a criançada!
 Por isso, corre logo para a cozinha resolver esse assunto!rsrsrs

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